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T(r)emor

Já é tarde e eu estou sozinha. Não é culpa de ninguém, até pedi para estar assim. Mas seguro o meu celular como se fosse a mão de alguém. Alguém que talvez tenha nome, talvez não. Eu queria estar sozinha, mas não solitária como estou me sentindo agora. Queria ir pra cama com quem amo, sentindo o calor. Não quero sexo ou qualquer toque mais sensual, quero puro e sincero carinho. Amor. Quero receber do outro o amor que sinto por mim, o amor que tenho pra dar. 

Encontrei isso em você e deixei escapar. Agora vivo essa vida cinza, sem as cores dos seus olhos. Por falta de coragem, por falta de amor a mim mesma. Por não acreditar que eu merecia isso, que uma vida estável e fácil era melhor do que a turbulência do seu corpo. Turbulência que me excita e me dá medo. Me faz sentir viva e me dá medo de morrer. 

Espero te reencontrar um dia, quando ambos estivermos disponíveis. Sei que nenhum de nós está nesse mento, por motivos diferentes. Meu lado realista sabe que é uma possibilidade distante, mas a adolescente em mim quer acreditar. Em destino, em sorte, no amor. 

Tivemos um filho e eu nunca te contei. É minha forma de estar com você pra sempre, sem ter a coragem de assumir as consequências de te escolher.

Meu terremoto, minhas águas turbulentas. 

E eu sempre amei a água.

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