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Ivete, por Polar

Você é uma parte muito interessante de nós. Uma parte que ficou durante anos adormecida, esperando o seu momento de entrar na avenida. E como num desfile de escola de samba, você canta, dança e passa contando histórias e cativando corações. 

É daqueles seres que, apesar de ser um pavão, consegue ser discreta e elegante. Você chega em qualquer ambiente e se sente em casa; não por folga ou desleixo, mas porque você simplesmente encaixa. 

Você sobe o morro para ver o seu bandidinho mau-caráter, o seu bad boy; entrega seu corpo mais do que qualquer prostituta, vadia, ninfomaníaca jamais experimentou. Você gosta, goza. Como se não bastasse a entrega física, você ainda se presta a bancar os pequenos luxos que seu vagabundo de estimação quer. Mesmo sem ter, dá de bom grado. Aprendeu muito com esse moleque vadio. Ele é o rap que você escuta.

Mas, ao mesmo tempo, você desce as ruas da cidade. Transita pela boemia burguesa de bares, viagens e roupas de marca. Marca um happy hour com os amigos naquele boteco que é o point do momento. Conta pra eles do(s) amante(s) da vez. E o dessa é um rapaz universitário, boa pinta e boa praça. Colecionador de rótulos, conhecedor das coisas boas. Com ele você experimenta a vida no estilo gourmet - até os perrengues com ele são em grande estilo. Ele é a sua MPB.

Você segue assim, entre morros e alamedas. E por sempre se encaixar, pertence ao todo e a nada. É como um espírito que vaga entre o Orun e o Àiyé. Essa é você.

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