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Fogueira

Há alguns anos minha família iniciou uma pequena tradição nossa: fogueira anual! É uma forma nossa de celebrar a festa junina e reunir a família. Todos os anos desde que essa tradição começou eu estive lá, ajudando na preparação e na recepção das pessoas. Porém esse ano não poderei estar presente.

Hoje é o dia que fiquei mais triste de não estar com no Brasil. A fogueira é a minha reunião familiar favorita. Por mais que eu me sinta extremamente cansada no final dela, é sempre uma delícia. Mas esse ano não pude ajudar.

Não ajudei nas bandeirinhas enfeitadas pela casa, na cozinha com as comidas, o quentão e o vinho quente que só minha mãe sabe fazer. Nada de olhar a canjica ou o arroz-doce. Não fiz a pipoca, não fiquei subindo e descendo os andares de casa com as comidas e abrindo a porta para os convidados. Não ajudei a limpar o espaço para colocar a mesa para as comidas. Não belisquei algo enquanto ajudava em alguma coisa. Não me reuni nem conversei com a família e os amigos presentes. Não bebi, não fiquei alegre e não ajudei a levar o pessoal para a casa e nem fiquei sentada ao redor do fogo já apagado, sentindo seu calor de brasa final. Só fiquei aqui, em outro continente, esperando conseguir uma videoconferência com eles, para que eu pudesse ter esse gostinho de falar com cada um, ver cada um, e nem que seja por alguns segundos, a felicidade me invadiu que até meu sorriso transbordava.

Desliguei aquela ligação e chorei. Chorei feito uma criança mimada pedindo pelos pais. E era por isso mesmo que eu pedia.

Posso dizer que está é a minha reunião familiar favorita. E não pude estar lá. Não reclamo dos motivos que fizeram me afastar disso, mas não posso negar o sentimento de tristeza que se instaurou no meu peito por estar tão longe.


Engraçada essa coisa de escolha, não é? Mas março logo chega, e logo estarei de volta. Tudo diferentemente igual.

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