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[Textos Semanais] Pequenos textos (que eram pra ter sido postados na semana passada)

Resolvi escrever vários textos pequenos essa semana. Divirtam-se!
Partida
Inspirado na música Maps, por Yeah Yeah Yeahs (letra)

Estou fazendo as malas para a minha próxima viagem. Aonde vou? Onde sou as pessoas querem me ver. Onde sou querida pelo que faço, pelo que sou. Sei que já me afastei demais. O bastante. Ah se você dissesse...
- Espera. Para um pouco.
- Não tenho tempo, tenho que continuar a arrumar a mala. Não posso esquecer nada... chaves, iPod... – disse enquanto andava pela casa, procurando e pensando no que poderia estar deixando pra trás.
- Eles não te amam como eu te amo...
- ... Mapas...
Sentada à beira da cama, com a minha mala ao lado.
- Não se afaste. Sou como você.
- Eu não vou mudar!
Eu saí às pressas, não podia mais ficar. Eu me afastei novamente. Com as malas na mão já no aeroporto. Ela não me acompanhou, não queria me ver partir novamente. Aquele diálogo nunca aconteceu. Ela permaneceu sentada à beira da cama, com a cabeça baixa e o olhar mareado. Ah se somente ela tivesse me pedido para ficar.

Pré-sol
A chuva cai lá fora. Estou em casa, ouvindo algumas músicas, com o olhar perdido na janela. O computador aberto com o início de algum texto, mas as ideias parecem fugir da mente. Quanto mais tento focar, mais vazia a mente fica. Mudo o olhar para a minha estante. Uma quantidade de livros parados ali, esperando para serem lidos – a maioria não será. Penso nos meus familiares, amigos e todo tipo de gente que eu já encontrei e mantive contato. Digito algumas coisas, projetos de frases e ideias fluem devagar e desaparecem. Levanto e acendo uma vela. A luz que irradia dela deixa o ambiente um pouco mais agradável.

Maraca-tu
Com o batucar dos tambores, a menina também se mexia. A cada som forte e profundo, seu coração também sentia e seu corpo inteiro tremia. Ela sentia a emoção e se sentia uma só com a música. Ela não tinha controle do seu corpo. Seus braços se levantavam e agitavam-se no ar, no ritmo da música. Fechava os olhos para sentir com a alma. Não se importava se tinham outras pessoas olhando, apenas fazia. E assim se sentia melhor do que nunca.
Varandeio
Olho para o meu quintal. Papel e caneta numa mesinha na varanda. O dia está bem ensolarado, perfeito para se ter boas ideias. Deixei algumas no varal, para ver se tomando um ar elas cresceriam ou amadureciam. Fui até ele e observei as ideias. Uma brisa leve e delicada soprava os papéis, que dançavam como crianças. Foi como se uma delas tivesse sorrido para mim. Pequena e travessa, me capturou a atenção. Não me deixou escolha senão tirá-la dali, fazer algo dela. E assim que tirei seu pregador, voou das minhas mãos, se perdendo na imensidão do céu claro acima de mim.

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