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Crônica

E ela me assistiu a noite inteira, compenetrada. Não sabia se eu a hipnotizava ou o oposto. Se didtraiu por alguns minutos apenas. Aposto que falava com seu amante. Ela tentava ser discreta ao rir, mas emanava do seu ser. Não era nada discreta e esbanjava desejo. 
Ao final da noite, onde eu deveria ser o astro, só ela brilhou. Seu olhar estonteante ao me cumprimentar me tirou o fôlego. Sua jovem exuberância me tomou os pensamentos. E ainda ousou falar de outro com aquela voz de veludo. Quis que fosse minha. Então, displicentemente ela me dá adeus. E nem sei seu nome. 

Durante todo o tempo não consegui tirar os olhos dele. Era incrivelmente sedutor. Olhava a todos como um lobo observa um rebanho. Como queria ser um cordeiro agora. Aquele ar soberano e soberbo sobre nós. Estava na fila, ansiosa para falar com ele, ensaiando o discurso. Devo dizer que sou uma grande fã? Mas nem o conhecia antes desta noite. É minha vez. Que olhos profundos, senti que podia ver sua alma me puxar para dentro daquele azul - cor que não havia notado até então. Saí e nem me dei conta do que disse. Só sei que não foi o meu nome. 

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